Vídeo Ativismo

Débora Diniz¹ afirma que no campo do vídeo-ativismo a principal característica é assumir a verdade, onde através de evidências e conhecimento se constrói a narrativa, não havendo direção dos indivíduos. Sugere que qualquer pesquisador em ciências humanas tenha um posicionamento político, e por isso, a prática do documentário-verdade deve ser arraigada de ideologia. O vídeo-ativista deve estar bem convencido de que a causa seja justa, nobre e válida, para que possa fazer o convencimento dos leigos, ou seja, dos que pressupostamente não sabem nada sobre o caso.

Devem ser registradas todas as primeiras percepções, inclusive as que podem vir a comprovar o contrário, pois um argumento só será real e válido se a partir de seu contraponto for possível a comprovação da tese, portanto, a narrativa tem que ser confiável. Diferente do vídeo-pedagógico – como é o caso dos de Educação Ambiental – onde não é necessária a exposição do posicionamento contrário, assim como nos vídeos-institucionais, ambos são elaborados para promoção de uma idéia ou instituição, possuem narrativa, mas geralmente não são polêmicos ou dramáticos.

Débora não considera seus vídeos como arte, apesar de reconhecer que faz arte-visual, no entanto, trata-os como instrumentos de afirmação política. Por isso não se frustra quando um expectador que não seja favorável a causa rechaça o filme. Mas espera que a crítica seja racional, com argumentos, pois assim, como ela tem consciência de que a idéia seja justa, possui elementos suficientes para o debate.

Diniz não usa câmera escondida, não viola a integridade dos filmados e os coloca como última instância para a deliberação se as imagens poderão ou não ser usadas. O sucesso do vídeo-ativismo está na definição do público e em atingi-lo. Os únicos recursos essenciais para a produção desse instrumento é um computador e uma câmera HDV (High Definition Digital Video), portanto não é dispendioso, não requer superproduções.

A seguir alguns curtas produzidos por Débora Diniz que podem exemplificar o vídeo-ativismo:

•    Uma História Severina: o cordel, a música, um filme. 23 min. Débora Diniz e Eliane Brum. Brasil, 2005.
•    A Casa dos Mortos. 24 min. Débora Diniz. Brasil, 2009.
•    Solitário Anônimo. 18 min. Débora Diniz. Brasil, 2007.

__________
¹ DINIZ, Débora. [palestra] 30 jun 2010, Brasília (Seminários Interdisciplinares, Programa de Pós-Graduação do Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília). O VIDEOATIVISMO COMO UMA FERRAMENTA DE PESQUISA E INTERVENÇÃO.

Nenhum comentário:

Postar um comentário