Interface Cultura-Biodiversidade na Geografia:

Contribuições da Antropogeografia e da Geografia Cultural


Rodrigo Martins dos Santos
Mariana Mendes de Sousa


RESUMO

 

O presente texto se desenvolve em torno da noção de "diversidade biocultural", cujo sentido apresenta elementos duma provável correlação entre biodiversidade e diversidade cultural, inclusive numa escala global, onde há descobertas que indicam similitudes em suas distribuições geográficas. No Brasil, alguns autores preferem usar os termos sociobiodiversidade ou biossociodiversidade para designar um sentido semelhante ao de diversidade biocultural. A diferença está, principalmente, no enfoque, se na diversidade, ou nos aspectos biológicos, culturais ou sociais. Mas o que todas têm em comum é a indissociabilidade do que é entendido por cultura do próprio sentido de natureza. Uma ontologia mais multinaturalista, onde todos os sujeitos (humanos ou não) compõem um o todo, o cosmos, e são manifestações da natureza; do que multiculturalista, onde os sujeitos entendem a natureza como um objeto externo a eles. No entanto, não se trata de ressuscitar um determinismo geográfico ou natural, tampouco contrapô-lo com um determinismo cultural ou sócio-histórico, mas sim buscar identificar elementos que nos ajudem a compreender as conexões bioculturais e socioambientais numa dimensão geográfica. Nesse sentido, o foco aqui será na diversidade em primeiro lugar, e em seguida, nos aspectos biológicos e culturais, estes, porém, não necessariamente nessa ordem. Isso será, sobretudo, num viés espacial, geográfico. Para isso, as categorias geográficas que mais serão aqui exploradas são a paisagem e o território. Na primeira parte do presente texto, apresentamos de uma forma suscinta duas escolas geográficas que tratam dessa temática: a Antropogeografia e a Geografia Cultural. Na segunda, discutimos algumas categorias de análise e conceitos desenvolvidos por elas que poderão auxiliar-nos numa melhor compreensão da diversidade biocultural no espaço geográfico, como os conceitos de área (de origem e difusão) cultural, paisagem cultural, território e territorialidade.


INTRODUÇÃO 

            O presente texto se desenvolve em torno da noção de "diversidade biocultural" a partir do sentido discutido em Maffi (2001), que apresenta elementos duma provável correlação entre biodiversidade e diversidade cultural, inclusive numa escala global, onde há descobertas que indicam similitudes em suas distribuições geográficas.

No Brasil, alguns autores preferem usar os termos sociobiodiversidade (DIEGUES, 2008 [1996]) ou biossociodiversidade (CARVALHO, 2000) para designar um sentido semelhante ao de diversidade biocultural. A diferença está, principalmente, no enfoque, se na diversidade, ou nos aspectos biológicos, culturais ou sociais. Mas o que todas têm em comum é a indissociabilidade do que é entendido por cultura do próprio sentido de natureza. Uma ontologia mais multinaturalista, onde todos os sujeitos (humanos ou não) compõem o todo, o cosmos, e são manifestações da natureza; do que multiculturalista, onde os sujeitos entendem a natureza como um objeto externo a eles (VIVEIROS DE CASTRO, 2004). No entanto, não se trata de ressuscitar um determinismo geográfico ou natural, tampouco contrapô-lo com um determinismo cultural ou sócio-histórico, mas sim buscar identificar elementos que nos ajudem a compreender as conexões bioculturais e socioambientais numa dimensão geográfica.

            Nesse sentido, o foco aqui será na diversidade em primeiro lugar, e em seguida, nos aspectos biológicos e culturais, estes, porém, não necessariamente nessa ordem. Isso será, sobretudo, num viés espacial, geográfico. Para isso, as categorias geográficas que mais serão aqui exploradas são a paisagem e o território.

            Na primeira parte do presente texto, apresentamos de uma forma suscinta duas escolas geográficas que tratam dessa temática: a Antropogeografia e a Geografia Cultural. Na segunda, discutimos algumas categorias de análise e conceitos desenvolvidos por elas que poderão auxiliar-nos numa melhor compreensão da diversidade biocultural no espaço geográfico, como os conceitos de área (de origem e difusão) cultural, paisagem cultural, território e territorialidade.

(...)


Friedrich Ratzel (esq.) e Carl Sauer (dir.), pensadores da Antropogeografia e da Geografia Cultural, respectivamente.

(...)

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

            As propostas metodológicas e conceituais na Antropogeografia e na Geografia Cultural são de essência ambientalista e culturalista, simultaneamente. E, portanto, apresentam instrumental pertinente a estudos da diversidade biocultural no espaço.

            É necessário resgatar o papel holístico e sintético que essas escolas geográficas originalmente propuseram, para melhor entender o espaço humano, sobretudo as relações intrínsecas natureza-humanidade. Uma proposta que somente poderia florescer no seio de um campo dicotômico como é a Geografia.

            Esse resgate (ou reafirmação) pode contribuir para que a Geografia reencontre suas perspectivas multidimensionais complexas e globalizantes, conforme conclama Jacques Lévy. Pois a Geografia, essa bela incógnita como define Jean-Paul Allix, parece se envolver em tudo, na busca de discernir melhor como é o planeta, e como ele funciona.

  

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Artigo publicado nos anais do XIV ENANPEGE - Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia, organizado pela ANPEGE - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia; e que ocorreu na cidade de Campina Grande-PB, em 2021. ISSN 2175-8875.

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Florestas Culturais em Áreas Protegidas

Caso Povo Guarani versus Parques Estaduais Serra do Mar e Jaraguá


RESUMO

O presente texto gira em torno do conceito de floresta cultural, um tipo de paisagem cultural construída por povos e comunidades tradicionais (PCTs) floresteiras, ou seja, cujas culturas têm a floresta como elemento central ou muito importante na manutenção de seus modos de vida. Para isso, buscamos responder a seguinte questão: É possível identificar florestas culturais em São Paulo? Há conciliação entre a proteção das florestas e das culturas a elas associadas? Na tentativa de buscar respondê-las, iniciamos apresentando resumidamente o conceito de floresta cultural, com alguns exemplos e sua importância para os PCTs. Em seguida, denotamos o que diferencia um PCT da sociedade nacional, sobretudo pelo Estado brasileiro, com destaque aos vínculos estabelecidos com os ecossistemas. Na última parte, para entender melhor o conflito entre PCTs e UCs, destacamos um caso na capital paulista, o da sobreposição entre as terras indígenas Guarani do Jaraguá e Tenondé Porã, com os parques estaduais do Jaraguá e Serra do Mar (Núcleo Curucutu). As conclusões são de que para se identificar uma floresta cultural em São Paulo é necessário, além de conhecer suas estruturas e processos ecológicos, o entendimento das culturas humanas a eles associados. E para protegê-las, é imprescindível o reconhecimento do papel dos povos e comunidades tradicionais na produção de paisagens florestais e de outros ecossistemas.



INTRODUÇÃO

            A pesquisa centra no conceito de florestas culturais, apresentado por Willian Ballée (2013) como um tipo de paisagem cultural. Sueli Furlan (2006) salienta a importancia da territorialidade humana para a identificação das florestas culturais. Assim, os povos e comunidades tradicionais (PCTs) são chave para esse entendimento, pois têm como cosmologia a interconexão com os seres vivos ou não que compartilham o mesmo território (DIEGUES, 2008). Estas comunidades tradicionais conquistaram direitos na legislação brasileira para garantir a continuidade de suas culturas vincuadas à biodiversidade existente em seus territórios (MARETTI; SIMÕES, 2020).

            No entanto, há conflito entre os modos-de-vida de PCTs e a gestão de algumas unidades de conservação, sobretudo os parques nacionais e estaduais. O conflito enfocados aqui se basea no fato de que para alguns gestores deste tipo de área protegida não é possível conceber a biodiversidade alvo de conservação como algo produzido por comunidades pré-existentes ao parque.

            Dentro dessa problemática, o objetivo principal do presente artigo é estudar se o conceito de floresta cultural é utilizado na gestão de unidades de conservação do tipo parque estadual quando há sobreposição com territórios de povos indígenas ou outra comunidade tradicional. Tal estudo justifica-se por dois principais motivos: 1 – dar maior visibilidade às questões étnicas nos estudos sobre a conservação da natureza; 2 – observar se há entendimento entre gestores de parques do fato de que as florestas por eles protegidas podem ter sido produzidas por culturais humanas.

            O caso aqui escolhido trata da sobreposição territorial entre dois parques estaduais do Estado de São Paulo: o Serra do Mar e o Jaraguá, com territórios do povo indígena Guarani.

            A metodologia baseou-se na leitura dos planos de manejo de ambos os parques (SÃO PAULO, 2008; 2010) e nos laudos antropológicos de reconhecimento das terras indígenas afetadas (BRASIL, 2010; 2013). Neles, observamos se há o reconhecimento de florestas culturais nas respectivas unidades de conservação, e se os direitos do povo guarani que habita o mesmo território dos parques anteriormente à suas criações foram respeitados e em que medida.

            As conclusões são de que o termo “floresta cultural” inexiste nesses planos, pelo contrário, a biodiversidade é tida como natural em todos os documentos. E os direitos territoriais dos povos indígenas que convivem no mesmo espaço dos parques não são respeitados em sua plenitude.

Concluímos, ainda, que para se identificar uma floresta cultural em São Paulo é necessário, além de conhecer suas estruturas e processos ecológicos, o entendimento das culturas humanas a eles associados. E para protegê-las, é imprescindível o reconhecimento do papel dos povos e comunidades tradicionais na produção de paisagens florestais e de outros ecossistemas.

 (...)

Figura 1. Áreas etnolinguísticas, no atual Estado de São Paulo, por volta de 1500 EC.

Adaptado de Rodrigo M. Santos (2021). 

(...)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

            No presente texto, na tentativa de se identificar florestas culturais em São Paulo, buscamos apresentá-las como uma paisagem cultural fruto da ação de culturas tradicionais sobre estruturas e processos de ecossistemas florestais. Atualmente, os povos e comunidades tradicionais que participam dessa produção são reconhecidos pelo Estado como agentes da sustentabilidade.

            Por outro lado, mesmo com esse reconhecimento, eles enfrentam conflitos com gestores preservacionistas de unidades de conservação. Para exemplificar esse conflito, destacamos aqui dois casos envolvendo povos Guarani e parques estaduais. Para superar esse conflito, é necessário que o Estado e seus agentes reconheçam que não apenas a floresta, mas os ecossistemas como um todo, são resultantes de processos históricos que envolvem os povos que neles habitam há centenas de anos.

            Destarte, para se identificar qualquer floresta cultural é necessário, além de se conhecer suas estruturas e processos ecológicos, o entendimento das culturas humanas a eles associados historicamente. E para conservá-las, é imprescindível o reconhecimento do papel dos povos e comunidades tradicionais na produção dessas paisagens bioculturais.

            Consequentemente, o esclarecimento de outras questões pode ajudar nesse entendimento, por exemplo: como identificar quais as estruturas e processos ecológicos são resultantes de ações culturais? Como saber se uma floresta é de fato cultural? Onde elas estão espalhadas pela Mata Atlântica e no interior do Estado de São Paulo? Esses são temas para outras investigações.

 

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Artigo publicado nos anais do XIV NANPEGE - Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia, organizado pela ANPEGE - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia; e que ocorreu na cidade de Campina Grande-PB, em 2021. ISSN 2175-8875.

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Trabalho de rede e articulação intersecretarial é desenvolvido no Parque Linear Ribeirão Cocaia

Parque é de grande importância por causa do seu corpo hídrico



No dia 17 de novembro, a Rede Ambiental do Parque Linear Ribeirão Cocaia realizou a primeira visita presencial ao território planejado para a expansão do parque existente. Esta área é de grande importância para a cidade de São Paulo porque está conectada à represa Billings.

A Secretaria do Verde e Meio Ambiente e a Secretaria de Habitação compõem a Rede, com o que tem como intuito de realizar o planejamento e ações integradas para as áreas do parque linear e da construção do conjunto residencial Chácara do Conde.

O Ribeirão Cocaia possui um importante corpo hídrico da cidade e a sua proteção é necessária para a qualidade ambiental de São Paulo. O Parque Linear contribui para a recuperação de um córrego nascentes e córregos, a preservação e o adensamento da vegetação da região e a instalação de estrutura e equipamentos de lazer e esporte.

A região onde se encontra o parque faz divisa com os canais dos rios Jurubatuba e Guarapiranga, próximos aos municípios de Diadema e São Bernardo do Campo. Cerca de 90% é de área de proteção aos mananciais e também responsável por 30% do abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo.

 


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Notícia originalmente publicada no site da Prefeitura de São Paulo, em 03/12/2021.

Prefeitura remove construção em área do Parque Cabeceiras do Aricanduva

Ação conjunta da Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA) e Subprefeitura São Mateus, com apoio da GCM demoliu construções, levantadas sem autorização, em área de implantação de unidade de conservação



Uma operação de desfazimento na área do futuro Parque Natural Municipal Cabeceiras do Aricanduva ocorreu nesta quarta-feira (01/12), numa ação conjunta entre a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente e a Subprefeitura São Mateus.

Equipes das Divisões de Patrimônio Ambiental (CPA/DPA), Gestão de Unidades de Conservação (CGPABI/DGUC) e Educação Ambiental (UMAPAZ/DDPEA), juntamente com agentes de fiscalização da Subprefeitura (SUB-SM/CPDU) e da Guarda Civil Metropolitana realizaram o desfazimento de construções indevidamente instaladas, estratégico para o funcionamento da unidade de conservação,

A ação de desfazimento se restringiu às construções que estavam dividindo a área em duas porções que ficariam sem comunicação. Teve como objetivo ganhar um importante corredor de conexão e, por outro lado, ao abrir mão de boa parte destinada inicialmente ao parque, procurou reduzir o impacto social.

 

Antes da operação:

 

Depois da operação:

 

Antes da operação:

 

Depois da operação:

  

A implantação do Parque Natural Municipal Cabeceiras do Aricanduva está no Programa de Metas da Prefeitura (Meta 63). Tem previsão de ser entregue à população dentro da gestão do prefeito Ricardo Nunes.

A área planejada para essa unidade de conservação tem mais de 250 hectares (duas vezes o Parque Ibirapuera), abrangendo territórios nas Subprefeituras Cidade Tiradentes e São Mateus.

Conta com importantes atributos naturais que serão protegidos e recuperados, especialmente sua rica vegetação remanescente da Mata Atlântica e sua biodiversidade, além das nascentes dos córregos que desaguam no Vale do Rio Aricanduva. O parque, ao proteger os sistemas naturais, prestará um importante serviço ambiental para a cidade, tanto no controle das cheias do Rio Aricanduva, quanto na preservação dos sistemas naturais de grande importância para o enfrentamento das mudanças climáticas.

É parte de um corredor ecológico de preservação do Bioma Mata Atlântica que permitirá a conexão e intensificará o fluxo gênico de espécies – ou seja, a propagação de vegetais e animais entre o Cabeceiras do Aricanduva e o Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo, assim como entre os fragmentos existentes no extremo leste e nos municípios vizinhos.

A comunidade local ganhará um espaço público para atividades de recreação e de contemplação da natureza e o PNM, ao atrair públicos da cidade como um todo, desenvolverá a economia local, com demanda de serviços voltados ao turismo de conservação ambiental.

Fotografias: Antonio Toro (UMAPAZ/DDPEA)
Cartografia: Vanessa Strachicini (CPA/DPA)


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Notícia originalmente publicada no site da Prefeitura de São Paulo, em 02/12/2021.

Parque Ecológico Central do Itaim, na zona leste de São Paulo, tem sua área de ampliação reintegrada

Ação conjunta possibilitou a desintrusão de invasores em área municipal destinada à ampliação do parque



A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente coordenou operação de desintrusão de imóvel municipal destinado à ampliação do Parque Ecológico Central do Itaim, na última quinta-feira (18/11). A ação contou com a participação de técnicos das Divisões de Patrimônio Ambiental (CPA/DPA), Difusão de Projetos de Educação Ambiental (UMAPAZ/DDPEA), e Gestão de Parques Urbanos (CGPABI/DGPU). A operação também teve a presença do Subprefeito de Itaim Paulista, Gilmar Souza Santos, e sua equipe de agentes de apoio, além de servidoras da Secretaria de Assistência Social (SMADS) e da Guarda Civil Metropolitana (GCM), Polícia Militar e Polícia Civil.

 


O local estava sendo utilizado irregularmente como oficina de veículos, lava rápido e depósito de entulho, sem autorização municipal. Os agentes realizaram o cumprimento do Decreto 48.832/07, sob orientação do Departamento de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio da Procuradoria Geral do Município (PGM/DEMAP), que fixa normas de procedimentos para a defesa da posse de bens imóveis municipais. Com essa operação, foram liberados 11.664 m² que passam efetivamente a ser incorporados ao parque público. Antes da reintegração, o parque contava com 23.065 m², ao final passou a contar com 34.729 m².

 


Foram demolidas algumas construções, bem como efetuada a retirada de entulhos e carcaças de veículos. Foram fechadas as passagens nos muros e paredes por onde os invasores entravam no imóvel, assim como colocadas barreiras nas entradas.

  

A área reintegrada possui recursos hídricos e remanescentes de vegetação nativa importantes que, ao serem protegidos, constituem um ganho ambiental para a cidade e para os moradores da zona leste.

 

Fotografias: Moacir Fernandes (Sub-Itaim Paulista)

Cartografia: Rodrigo Martins (SVMA/CPA/DPA)


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Notícia originalmente publicada no site da Prefeitura de São Paulo, em 24/11/2021.

Parque Nascentes do Ribeirão Colônia na Subprefeitura de Parelheiros recebe novas placas de sinalização

Objetivo é proteger nascentes da Represa Billings



O Parque Nascentes do Ribeirão Colônia, criado pelo Dec. 57.670/17 e inaugurado em 2020, pelo então prefeito Bruno Covas, recebeu neste 9 de novembro as placas, através do Projeto Demarca, referentes à sinalização de sua área de ampliação, passando de 110.000 m² para 720.000 m². O parque passa assim a proteger as principais nascentes do Braço Taquacetuba da Represa Billings, utilizado pela SABESP para o abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo.

As áreas de mananciais paulistanas sofrem muita pressão por ocupação urbana. Aumentar as áreas protegidas garante o potencial produtivo de água oferecido por essa região localizada na Subprefeitura de Parelheiros.

A demarcação da área de ampliação foi realizada pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) acompanhada por moradores do entorno. Contou com o apoio da equipe de patrimônio da SABESP, atual proprietária do terreno da ampliação, da coordenadora-geral da UMAPAZ e técnicos da Escola de Agroecologia de Parelheiros, da Divisão de Difusão de Projetos de Educação Ambiental, da Divisão de Patrimônio Ambiental e da Divisão de Gestão de Parques Urbanos. A conclusão da cessão da área da SABESP à Municipalidade se dará dentro da gestão do prefeito Ricardo Nunes.

Além da prestação de serviços ambientais com a produção de água, o local conta com importantes atributos naturais que serão protegidos e recuperados, especialmente sua rica vegetação remanescente da Mata Atlântica e sua
biodiversidade.



É parte de corredor ecológico de preservação do Bioma Mata Atlântica que permitirá a conexão e intensificará o fluxo gênico de espécies entre as Áreas de Proteção Ambiental (APA) Capivari-Monos e Bororé-Colônia.

Foram registradas nesse local 153 espécies de plantas vasculares, dentre elas a Araucaria angustifolia; 123 espécies de aves, como o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus), importante animal de topo de cadeia alimentar, e o
garimpeiro (Leptasthenura setaria), parente do João-de-Barro muito relacionado às Araucárias.

As pessoas já podem contribuir com o espaço, observando a demarcação realizada com a instalação das placas e ajudando a coibir ações danosas ao meio ambiente, como depósito de entulhos, caça e ocupação irregular.

A Prefeitura de São Paulo deve ser acionada para denúncias, pelos telefones 156 ou 5187-0100 (Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente).


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Notícia originalmente publicada no site da Prefeitura de São Paulo, em 16/11/2021.


Futuro Parque Natural Municipal Cabeceiras do Aricanduva tem sua área de implantação sinalizada

Implantação do PNM Cabeceiras do Aricanduva está prevista no Programa de Metas 2021-24. Uma nova Unidade de Conservação Municipal relevante como corredor ecológico na zona leste da cidade de São Paulo.



Foi dado um passo precioso nesta segunda quinzena de agosto, rumo à implantação do Parque Natural Municipal (PNM) Cabeceiras do Aricanduva, na zona leste de São Paulo, através do Projeto Demarca. A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), com o apoio da Guarda Civil Metropolitana, colocou as placas do futuro parque, sinalizando um importante patrimônio ambiental da cidade.

A implantação do PNM Cabeceiras do Aricanduva, está no Programa de Metas da Prefeitura (Meta 63), tem previsão de ser entregue à população dentro da gestão do prefeito Ricardo Nunes, será a 11ª Unidade de Conservação (UC) Municipal, o 7º Parque Natural Municipal e o segundo desta categoria na zona leste.



A área planejada para essa unidade de conservação tem mais de 250 hectares (duas vezes o Parque Ibirapuera), abrangendo territórios nas Subprefeituras de Cidade Tiradentes e de São Mateus. Foram sinalizados 100 mil m² na Cidade Tiradentes, área correspondente ao Núcleo Nascentes I, primeira etapa da implantação do parque natural e que em breve receberá as obras para instalar a unidade de conservação.

O local conta com importantes atributos naturais que serão protegidos e recuperados, especialmente sua rica vegetação remanescente da Mata Atlântica e sua biodiversidade, além das nascentes dos córregos que deságuam no Vale do Rio Aricanduva. O parque, ao proteger os sistemas naturais prestará um importante serviço ambiental para a cidade, tanto no controle das cheias do Rio Aricanduva quanto na preservação dos sistemas naturais de grande importância para o enfrentamento das mudanças climáticas.

É parte de um corredor ecológico de preservação do Bioma Mata Atlântica que permitirá a conexão e intensificará o fluxo gênico de espécies – ou seja, a propagação de vegetais e animais entre o PNM Cabeceiras do Aricanduva com o PNM Fazenda do Carmo, assim como entre os fragmentos existentes no extremo leste e nos municípios adjacentes.

Foram registradas nesse local, 319 espécies de plantas vasculares, sendo 295 angiospermas, 3 gimnospermas e 21 pteridófitas, sendo que 7 delas estão ameaçadas de extinção. Em relação aos animais, há registro de 44 espécies de aves e 1 mamífero (sagui). Destacam-se quatro aves endêmicas da Mata Atlântica, como o tucano-de-bico-verde, o periquito-rico, a choca-da-mata e o tiê-preto, registros estes dos levantamentos preliminares feitos pelas equipes do Herbário Municipal e da Divisão da Fauna Silvestre, ambos de SVMA.


Em 2022, serão iniciados os trabalhos para elaboração do Plano de Manejo, com o levantamento mais detalhado de informações dos meios biótico, físico e socioeconômico.



O Núcleo Nascentes I do PNM Cabeceiras do Aricanduva, em Cidade Tiradentes, contará com um edifício administrativo e de apoio, estacionamento, largo de entrada e espaço destinado à recuperação, preservação e conservação ambiental, além das áreas de recreação e de trilhas.

A comunidade local ganhará um espaço público para atividades de recreação e de contemplação da natureza e o PNM, ao atrair públicos da cidade como um todo, desenvolverá a economia local, com demanda de serviços voltados ao turismo de conservação ambiental.

Será importante a população local participar do Conselho Gestor do PNM, que já deverá ter início em 2022, apoiando o poder público na gestão desse importante espaço público, especialmente na interlocução com os diversos setores que ela melhor conhece, agregando diferentes interesses, muitas das vezes conflitantes com a preservação fazendo com que o PNM seja um indutor de melhoria da qualidade de vida para todos.

As pessoas já podem contribuir com o espaço, observando a demarcação realizada com a instalação das placas e ajudar a coibir ações danosas ao meio ambiente, como depósito de resíduos, caça e ocupação irregular. A GCM deve ser acionada para denúncias, na Inspetoria Aricanduva/Vila Formosa, pelos telefones 2296-8981, 2295-9953 e o plantão 2091-0677.



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Notícia originalmente publicada no site da Prefeitura de São Paulo, em 09/09/2021.


Povos indígenas de Goiás no século XIX


Encerramento da I Jornada de lives do grupo de pesquisa "Goyaz no século XIX" da Universidade Federal de Jataí - UFJ, Goiás, em dezembro de 2021.




A apresentação se inicia a partir do momento 00:34:40 do vídeo abaixo:



Caso o vídeo não esteja a disposição acima, clique na frase "assistir no Youtube" que aparece no centro quadro negro, ou acesse <https://www.youtube.com/watch?v=pW8AuCtPViE> diretamente no canal do grupo de pesquisa da UFJ.


A conversa foi mediada pela pesquisadora Larissa Barth.