O GÊ DOS GERAIS

Elementos de cartografia para a etno-história do Planalto Central 
Contribuição à antropogeografia do Cerrado

Dissertação apresentada ao programa de pós-graduação em Desenvolvimento Sustentável do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais, modalidade Povos e Terras Indígenas.

Autor: Rodrigo Martins dos Santos (Geógrafo, especialista em geotecnologias).

Título: O GÊ DOS GERAIS – Elementos de cartografia para a etno-história e etnolinguística do Planalto Central: contribuição à antropogeografia do Cerrado.

Palavras-Chave: Antropogeografia; Etno-história; Cartografia Etnolinguística; Povos Indígenas; Cerrado; Planalto Central do Brasil.


Iconografia do século XVIII representando um Xavante e um Akroá em posição de combate. 
Fonte: Acervo da Biblioteca Pública de Évora, Portugal.


RESUMO EM PORTUGUÊS

Esta dissertação localiza diversos povos indígenas que habitavam o Planalto Central e, portanto, uma parte do Cerrado, antes das invasões Luso-Brasileiras. Será dado maior enfoque a uma porção desse espaço chamado regionalmente de Gerais. Tenho como base o mapa etno-histórico de Curt Nimuendaju que apresenta lacunas na localização de etnias em algumas áreas do centro do país. Pretendo esclarecer um problema que é a insuficiente disposição de informações cartográficas a respeito de quais eram e onde estavam os povos indígenas do Brasil Central, em especial num polígono que abrange o Noroeste e Triângulo Mineiro, todo o Estado de Goiás, extremo nordeste do Mato Grosso e sudoeste do Pará, grande parte do Tocantins, região sul do Maranhão e do Piauí, e oeste da Bahia. A hipótese central é de que há mais informações sobre etnias nessa região do que as apresentadas por Nimuendaju. Para tentar confirmá-la, utilizo diversos produtos cartográficos como o mapa etnolinguístico de Čestmír Loukotka, e diversos mapas históricos disponíveis em arquivos públicos no Brasil e em Portugal. Também realizo um mapeamento inédito da localização de etnias constantes nos históricos municipais do banco de dados IBGE cidades. Dessa fonte compilo, ainda, as datas de colonização e fundação dos povoados e cidades, para ilustrar o avanço Luso-Brasileiro sobre o território indígena, bem como a implantação de aldeamentos pelo Estado e alguns quilombos pelos negros. A metodologia utilizada fundamenta-se na escola da antropogeografia de Ratzel, com apoio da etno-história e assessoria fundamental da cartografia. Após apresentar e localizar a área de estudo: os Gerais do Planalto Central e adjacências, teço uma breve descrição de seu meio físico, abordando os aspectos e origens do Cerrado, ambiente o qual conviveram e convivem os povos da região. Em seguida parto para aspectos etno-históricos, abordando desde a arqueologia à historiografia, no intuito inicial de ilustrar a chegada do ser humano à área e, em seguida, dos invasores Luso-Brasileiros. As análises finais são ricas em material cartográfico tanto históricos como produzidos para esta dissertação. Apresento dados que atestem quais eram os povos que habitavam esse espaço nos séculos XVII, XVIII e XIX, tendo em vista ser o momento de maior movimentação indígena provocada pela colonização na região. As conclusões são de que houve, pelo menos, 199 etnias no Planalto Central e adjacências, 87 além das 112 constantes no mapa de Nimuendaju. Com enfoque para os Gerais, onde aprofundo minhas análises, identifiquei 14 etnias a mais do que as 4 citadas por Nimuendaju, 18 ao total. Apresento algumas características etnográficas desses povos, agrupados por família lingüística, sobre suas origens e língua, com base em bibliografia, monografias, laudos, relatos de viajantes e história oral. Por fim, ilustro por meio de mapas a dinâmica da ocupação indígena, com migrações, diásporas e desaparecimentos de dezenas dessas etnias, tendo por base os fatores históricos e físicos já apresentados.  A contribuição dessa pesquisa está no fortalecimento da territorialidade indígena na história do país, em especial do Brasil Central. Os resultados poderão ilustrar livros didáticos e conteúdos escolares de história e geografia, conforme estabelece a Lei 11.645/08. Também poderá colaborar em estudos sobre a etnicidade de populações rurais brasileiras. Nos Gerais há pelos menos duas comunidades indígenas emergentes, os Xakriabá e os Aricobé, é possível que hajam ainda outras comunidades remanescentes de uma das 18 etnias Geraizeiras, em especial os Akroá, Guegué e Cayapó.


ARQUIVOS COM A DISSERTAÇÃO

Clique aqui para baixar a dissertação completa - com anexos (formato .pdf), arquivo pesado.

Clique aqui para baixar a dissertação sem anexos (formato .pdf), arquivo menos pesado.

Clique aqui para baixar apenas os anexos da dissertação (formato .pdf).

A versão disponível acima foi revisada pelo autor em setembro de 2020. Para ter acesso a versão original visite o Banco Digital de Teses e Dissertações da Biblioteca Central da Universidade de Brasília, ou clique no link a seguir: http://repositorio.unb.br/handle/10482/13288.



BANCA EXAMINADORA


Banca-examinadora da dissertação. Da esquerda para a direita: Henyo T. Barreto Filho; Francisca N. P. de Ângelo; Ludivine E. C. Pereira; Rodrigo M. dos Santos; Mônica C. R. Nogueira; e Rafael S. A. dos Anjos.


Data da Defesa Pública: 08 Fev. 2013


Orientadora (Presidente da banca-examinadora): Ludivine Eloy Costa Pereira (Agrônoma, mestre em geografia e desenvolvimento, doutora em estudos latinoamericanos e pós-doutora em geografia. Pesquisadora do centre national de la recherche scientifique). Professora-colaboradora do CDS-UnB.

Coorientadora: Mônica Celeida Rabelo Nogueira (Antropóloga, mestre em desenvolvimento sustentável, doutora em antropologia). Professora da FUP-UnB. Professora-colaboradora do CDS-UnB.

Examinador-interno: Henyo Trindade Barretto Filho (Cientista Social, mestre e doutor em antropologia. Diretor acadêmico do Instituto Internacional de Educação do Brasil - IEB). Professor-colaborador do CDS-UnB.

Examinador-externo: Rafael Sanzio Araújo dos Anjos (Geógrafo, especialista em Sensoriamento remoto, mestre em planejamento urbano, doutor em engenharia de transportes, pós-doutor em cartografia étnica). Professor do Departamento de Geografia (GEA) da UnB.

Examinadora-indígena: Francisca Navantino Pinto de Angelo - Chiquinha Paresí (Historiadora, mestre em educação). Indígena da etnia Paresí. Integrante da Comissão Nacional dos Povos Indígenas - CNPI - da FUNAI.

Examinadora-Suplente: Cristiane de Assis Portela (Historiadora, mestre e doutora em história. Coordenadora de pesquisa do Arquivo Público do Distrito Federal - ARPDF). Professora-colaboradora do CDS-UnB.


ÁUDIO-VISUAL DA DEFESA PÚBLICA

Defesa Pública da dissertação "O Gê dos Gerais" por Rodrigo M. dos Santos. Filmado por Joana Arari Bindi Botton.


Clique aqui para baixar o vídeo da defesa pública de Rodrigo Martins dos Santos (formato MP4).

Clique aqui para ver o vídeo da defesa pública no YouTube.

Clique aqui para baixar o áudio da defesa de Rodrigo Santos (formato MP3).

Clique aqui para baixar a apresentação da defesa (formato .ppt - Power Point).

Clique aqui para ouvir a avaliação feita pelo professor Rafael Sanzio A. dos Anjos (formato MP3).

Clique aqui para ouvir a avaliação feita pelo professor Henyo Trindade Barretto Filho (MP3).

Clique aqui para ouvir a avaliação feita pela indígena paresí Francisca N. Pinto de Ângelo (MP3).

Clique aqui para ouvir a avaliação feita pela orientadora Ludivine Eloy Costa Pereira (MP3).

Clique aqui para ouvir a resposta de Rodrigo Santos sobre os questionamentos da banca (MP3).

Clique aqui para ouvir a menção proferida pela presidente da banca-examinadora (MP3).


ABSTRACT IN ENGLISH

Title: THE "GÊ" OF "GERAIS" - Elements of cartography for the ethnohistory and ethnolinguistic of the Brazilian Central Highlands:  Contribution to anthropogeography of the savanna.

Keywords: anthropogeography; ethnohistory; ethnolinguistic cartography; indigenous peoples; savanas, Central Plateau of Brazil.

Abstract: This dissertation finds many indigenous peoples who inhabited the Brazilian Central Plateau and therefore a part of the Cerrado, before the invasions Luso-Brazilian. More focus will be given to a portion of this space called regionally Gerais. I based Curt Nimuendaju's ethnohistorical map that has gaps in locating ethnicities in some areas of the center of the country. I want to clarify that a problem is the insufficient provision of cartographic information about what they were and where they were the indigenous peoples of Central Brazil, especially in a polygon that covers the Northwest and West of Minas Gerais State, throughout the State of Goiás, Mato Grosso extreme northeastern and southwest of Pará, much of the Tocantins State, south of Maranhao and Piaui, and western Bahia. The central hypothesis is that there is more information on ethnic groups in this region than those presented by Nimuendaju. To try to confirm it, I used several cartographic products as Čestmír Loukotka's etholinguistic map, and historical maps available in several public archives in Brazil and Portugal. Also realize unprecedented mapping of the location of ethnic groups listed in the historical city of the database IBGE cities. Compile this source also dates of colonization and founding of towns and cities, to illustrate the progress on the Luso-Brazilian indigenous territory, as well as the deployment of settlements by the state and some quilombos by blacks. The methodology is based on the anthropogeography, school of Ratzel, with support from ethnohistory and advisory fundamental cartography. After presenting and locate the study area: the Gerais of the Central Plateau and vicinity, weave a brief description of their physical, addressing aspects and origins of the Brazilian Savanna, environment which lived and living the native people of this region. Then present ethno-historical aspects, approaching from archeology to history, in order to illustrate the initial arrival of humans to the area and then the invaders Luso-Brazilian. The final analyzes are rich in both historical and cartographic material produced for this dissertation. Present data that demonstrates what were the people who inhabited this area in the seventeenth, eighteenth and nineteenth centuries, in order to be the moment of greatest indigenous movement caused by colonization in the region. The conclusions are that there were at least 199 ethnicities in the Central Plateau and adjacent areas, besides 87 of the 112 listed on the map of Nimuendaju. Focusing for Gerais, where deepen my analysis, I identified 14 ethnic groups more than the 4 mentioned by Nimuendaju, 18 to the total. Present some ethnographic characteristics of these peoples, grouped by language family, about their origins and language, based on literature, monographs, reports, travelers' accounts and oral history. Finally, by means of maps illustrate the dynamics of indigenous occupation, with migrations, diasporas and disappearances of dozens of these ethnic groups, based on the physical and historical factors already presented. The contribution of this research is to strengthen the indigenous territoriality in the history of the country, especially in Central Brazil. The results may illustrate textbooks and educational content of history and geography, according to Law 11.645/08. It can also collaborate on studies on the ethnicity of rural Brazil. In general there are at least two indigenous communities emerging, the Xakriabá and the Aricobé, it is possible that there are other communities remnants of one of the 18 ethnic groups Geraizeiros, especially Akroá, Guegue and Cayapó.


RESUMEN EN CASTELLANO (ESPAÑOL)

Título: EL "GÊ" DE "GERAIS" - Elementos de cartografía para la etnohistoria y la etnolingüística de la Meseta Central de Brazil: contribución a antropogeografía de la sabana.

Palabras-clave: antropogeografía; etno-historia; cartografia etnolingüística; pueblos indígenas; sabanas; Meseta Central de Brasil.

Resumen: Esta tesis ubica muchos pueblos indígenas que habitaron la Meseta Central de Brazil y por lo tanto una parte de la sabana, antes de la invasión luso-brasileña. Más atención se le dará a una parte de este espacio llamado a nível regional de Gerais. Yo utilizo como base el mapa etno-historico de Curt Nimuendaju que presenta un "vacío" etnográfico en esta zona del centro del país. Quiero aclarar que un problema es la insuficiencia de la información cartográfica sobre lo que eran y dónde estaban los pueblos indígenas del Brasil Central, sobre todo en un polígono que abarca el noroeste y oeste del Estado de Minas Gerais, en todo el Estado de Goiás, extremo noreste de Mato Grosso y sudoeste de Pará, gran parte del Estado de Tocantins, la región sur de Maranhão y Piauí, y Bahía occidental. La hipótesis central es que hay más información sobre los grupos étnicos de esta región que los presentados por Nimuendaju. Para tratar de confirmar, utilizo varios productos cartográficos como el mapa etnolingüístico del Čestmír Loukotka y mapas históricos disponibles en varios archivos públicos en Brasil y Portugal. También se dan cuenta de asignación sin precedentes de la localización de los grupos étnicos enumerados en el histórico de la base de datos de IBGE ciudades. También recopilo em esta fuente las datas de la colonización y fundación de pueblos y ciudades, para ilustrar el progreso Luso-Brasileño en el territorio indígena, así como el despliegue de los asentamientos por parte del Estado y algunos quilombos de los negros. La metodología se basa en antropogeografía de la escuela de Ratzel, con el apoyo fundamental de la etnohistoria y asesoramiento de la cartografía. Despoes de presentar y ubicar la zona de estudio: el “Gerais” de la Meseta Central y alrededores, tejo una breve descripción de sus aspectos físicos, abordando las orígenes del la Sabana em Sudamerica, medio ambiente donde vivió (y viven) las personas de essa región. A continuación, presenta aspectos etno-históricos, acercándose desde la arqueología a la historia, con el fin de ilustrar la primera llegada del hombre a la zona y luego los invasores luso-brasileños. La final las analizis son ricas en materia histórica y cartográfica producida para esta tesis. Los datos actuales demuestran quien eran las personas que habitaban esta zona en los siglos XVII, XVIII y XIX, con el fin de ser el momento de mayor movimiento indígena causada por la colonización de la región. Las conclusiones son que hubo por lo menos 199 grupos étnicos en la meseta central y las zonas adyacentes, además de 87 de los 112 que figuran en el mapa de Nimuendaju. Enfoque para los Gerais, donde profundizo mi análisis, identifiqué 14 grupos étnicos más que el 4 mencionado por Nimuendaju, 18 al total. Presento algunas características etnográficas de estos pueblos, agrupados por familias lingüísticas, sobre sus orígenes y su lenguaje, basado en la literatura, monografías, informes, relatos de viajeros y la historia oral. Por último, por medio de mapas ilustro la dinámica de ocupación indígena, con las migraciones, las diásporas y las desapariciones de decenas de estos grupos étnicos, basados en los factores físicos e históricos ya presentados. La contribución de este trabajo consiste en fortalecer la territorialidad indígena en la historia del país, especialmente en el centro de Brasil. Los resultados pueden ilustrar libros de texto y el contenido pedagógico de la historia y de la geografía, de acuerdo con la Ley 11.645/08. También pueden colaborar en los estudios sobre el origen étnico de las zonas rurales de Brasil. En general, hay al menos dos comunidades indígenas emergentes, los Aricobé y los Xakriabá, es posible que hay restos de otras comunidades de uno de los 18 grupos étnicos Geraizeiros, especialmente Akroá, Cayapó y Guegue.


RÉSUMÉ EN FRANÇAIS

Titre: LE "GÊ" DE "GERAIS" - Eléments de cartographie pour l'ethno-histoire et ethnolinguistique de le Plateau Central Brésilien: contribution à anthropogéographie la savane.

Mots-clés: anthropogéographie; ethno-histoire; cartographie ethnolinguistique; peuples amérindiens; savane; Plateau Central du Brésil.

RésuméCe mémoire propose de localiser les peuples autochtones qui ont habité le Plateau Central brésilien avant les invasions luso-brésiliennes. Je me suis focalisé sur une partie de cet espace appellé le "Gerais". J´ai utilisé comme la toile fond de la carte ethno-historique de Curt Nimuendaju, qui présente des lacunes concernant l´existence et la localisation des ethnies dans certaines régions du centre du pays. J´ai mis en évidence le problème du manque d'information cartographique au sujet des peuples amérindiens du Brésil central, en particulier dans un polygone qui couvre le Nord-Ouest et l´Ouest de l´état de Minas Gerais, l´ensemble de l´état de Goiás, l´extrême nord-est du Mato Grosso, le sud-ouest du Pará, une grande partie du Tocantins, le sud Maranhão et Piauí et le sud-ouest de Bahia. L'hypothèse centrale est qu'il existe plus d'informations sur les groupes ethniques de cette région que celle présentées par Nimuendaju. Pour tenter de la confirmer, j'ai utilisé plusieurs documents cartographique, comme la carte ethnolinguistique de Čestmír Loukotka, et diverses cartes historiques disponibles dans les archives publiques au Brésil et au Portugal. J´ai utilisé également l´historique des communes figurant dans la base de données de l´IBGE pour cartographier la localisationdes groupes ethniques dans la région d´étude. J´ai compilé ces données avec les dates de colonisation des lieux et de fondation des villes et villages, afin d'illustrer l´avancée des colons luso-brésiliens sur les territoires amérindiens, ainsi que le déploiement des quilombos (villages crées par les esclaves fugitifs). La méthodologie utilisée est basée sur l´anthropogéographie de l'école de Ratzel, avec l'appui de l´ethnohistoire et de la la cartographie. Après la présentation de la zone d'étude (le Gerais du Plateau Central et ses environs), je tisse une brève description de ses aspects physiques et des origines du Cerrado, de façon à décrire l'environnement dans lequel les groupes améridniens ont vécu et vivent encore aujourd´hui. Ensuite, j´aborde les aspects ethno-historiques, en décrivant l'arrivée des premiers êtres humains dans la région et des début de la colonisation, grâce aux travaux d´archéologie et d'histoire. Ensuite, grâce à de nombreuses cartes, je présente les données qui démontrent qui sont les groupes qui ont habité cette région au XVIIe, XVIIIe et XIXe siècles, c´est -à-dire l´époque à laquelle  la colonisation a causé le plus de déplacements dans la région. Les conclusions sont qu'il y avait au moins 199 ethnies dans le Plateau Central et ses zones adjacentes, c´est à dire 87 de plus que les 112 répertoriés sur la carte de Nimuendaju. Dans la région particulière du Gerais, où j´ai approfondi mes recherches, j'ai identifié 14 groupes ethniques de plus que les 4 mentionné par Nimuendaju, soit 18 au total. Je présente certaines caractéristiques ethnographiques de ces groupes, regroupés par famille de langues et par leurs origines, basée sur la littérature, monographies, rapports, récits de voyageurs et de l'histoire orale. Enfin, je présente des cartes qui illustrent la dynamique de l'occupation amérindienne, marquée par des  migrations, des diasporas et la disparitions de dizaines de groupes ethniques. Cette recherche contribue donc à affirmer l´importance des territorialités amériendiennes dansl'histoire du pays, en particulier du centre du Brésil. Les résultats pourront illustrer des manuels scolaires d'histoire et de la géographie, comme le préconise la loi 11.645/08. Ils pourront également collaborer aux études portant sur l'origine ethnique des populations rurales du Brésil. Le Gerais compte en effet deux communautés amérindennes émergentes, les Xakriabá et Aricobé, et il est possible qu'il existe d'autres communautés descendantes de l'un des 18 groupes ethniques identifiées, en particulier les Akroá, les Guegue et les Cayapó.

2 comentários:

  1. Tá fraco não !!!!

    haha

    ABRAÇÃO DO DANIEL KURUPIRA PAULISTA :)

    ResponderExcluir