APA BORORÉ - SUBSÍDIOS A IMPLANTAÇÃO: praticando Geografia com a teoria dos Geossistemas

Trabalho de Graduação Individual (TGI) apresentado ao Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Geografia.

Autor: Rodrigo Martins dos Santos.

Título: APA BORORÉ - SUBSÍDIOS À IMPLANTAÇÃO: praticando Geografia com a teoria dos Geossistemas.


Palavras-Chave: Análise da Paisagem; Unidade de Conservação - Área de Proteção Ambiental; São Paulo (cidade) - Mananciais; Mata Atlântica; Geossistemas.




Imagem do satélite LandSat7, de abril de 2000, bandas RGB 235, ilustrando a cidade de São Paulo.
Em destaque a localização da então proposta Área de Proteção Ambiental do Bororé (atual APA Bororé-Colônia).



ARQUIVOS COM O TGI

Clique aqui para baixar o TGI completo (formato .pdf).

A versão disponível acima foi revisada pelo autor em outubro de 2013. Para ter acesso a versão original visite o acervo da Biblioteca Florestan Fernandes (FFLCH-USP), chamada T MARTINS, RODRIGO, 2003; ou o acervo da biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP), chamada 363.7 M366a.

Há também como baixar a versão original por meio do antigo site¹ do autor:

http://www.geocities.ws/geografeiro/TGI_BORORE.pdf
http://www.geocities.ws/geografeiro/apaborore.html



BANCA EXAMINADORA


Data da Defesa Pública: 12 Dez. 2003



Orientador (in memorian): Felisberto Cavalheiro (Agrônomo, doutor em Manejo do Território). Professor do DG-FFLCH-USP (infelizmente falecido em 18 Jun. 2003).

Orientador (Presidente da banca-examinadora): Jurandyr Luciano Sanches Ross (Geógrafo, mestre e doutor em Geografia Física e livre-docente em Geomorfologia). Professor-titular do DG-FFLCH-USP.

Examinador-interno: José Bueno Conti (Geógrafo, doutor em Geografia Física e livre-docente em Climatologia). Professor-titular do DG-FFLCH-USP.

Examinador-externo: Lúcia de Jesus Cardoso Oliveira Juliani (Geóloga, mestre em Arqueologia e doutoranda em Arqueologia). Geóloga da Prefeitura da Cidade de São Paulo.





APRESENTAÇÃO

A questão ambiental se tornou um dos assuntos mais discutidos pela sociedade, que é refletida tanto no meio acadêmico como no poder público.
A busca pela qualidade de vida, deixou de ser aspirada somente pelo desenvolvimento econômico, principal meta do planejamento estatal brasileiro até a década de 1970. O foco direcionado para a proteção, conservação e manutenção da natureza passou a preocupar o modelo capitalista, principalmente pelo fato de ocorrer uma carência de recursos naturais no futuro ou uma catástrofe de abastecimento ou inundação de cidades por todo o mundo. Água, Florestas, Calotas Polares, passaram a preocupar populações de diversas partes do planeta, levando países a organizarem em 1972 a Conferência de Estocolmo, onde foi-se colocado pela primeira vez o problema ambiental na pauta internacional de problemas globais.
Porém, ao invés de resolver um problema global, isto somente transferio-o de um país para outro, pois diversos países desenvolvidos economicamente passaram a legislar e executar políticas ambientais internas muito duras, levando as maiores poluidoras de seus territórios a se transferirem para países pouco rigorosos quanto à políticas ambientais, pois os países receptores dessas indústrias – como o Brasil - necessitavam de um desenvolvimento econômico, e seus planejadores de grandes projetos de desenvolvimento pouco se importavam pela questão ambiental, visavam o desenvolvimento puramente econômico.
Após a transferência do problema, a questão ambiental foi-se internacionalizando cada vez mais, levando em 1992 diversos países a se encontrarem no Rio de Janeiro para discutir políticas, agora sim, globais de desenvolvimento econômico juntamente com a preservação, conservação ou manutenção da natureza, foi-se então criado um modelo de planejamento que inserisse variáveis tanto econômicas como ambientais, assim desenvolveram o conceito de ‘desenvolvimento sustentável’, pois “a contínua adoção de modelos econômicos inadequados, onde os ciclos vitais e a capacidade de suporte da natureza quase nunca participam como variáveis fundamentais, faz com que as conseqüências sejam cada vez mais danosas, principalmente para o equilíbrio energético e ecológico do planeta” (UNESCO BRASIL, 2000).
Há ainda diversos debates a cerca do que é realmente o conceito de  ‘desenvolvimento sustentável’, porém segundo UNESCO BRASIL (op. cit.), é a adequação do sistema social e o sistema econômico ao sistema ecológico, ou seja, uma conciliação de bem estar social e econômico com a conservação da natureza.
Assim, foi-se então assinado em 1992 um documento denominado de Agenda 21 Global, onde definiram metas para que todos os países aplicassem o desenvolvimento sustentável em suas políticas públicas, trazendo para o planejamento público, finalmente, à questão ambiental entrelaçada à social e à econômica.
Diversos foram os fatores modificados/inseridos às políticas públicas, uma delas foi a idéia da criação de Unidades de Conservação que pudessem conceder usos ao ambiente pelo homem (tradicional ou não) promovendo a preservação/conservação/manutenção da natueraza, assim criou-se o termo Áreas de Proteção Ambiental, no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), colocada neste trabalho como uma alternativa à gestão de usos das terras e dos recursos naturais à áreas com características relevantes para a manutenção energética dos sistemas naturais.
Assim, o presente trabalho pretende analisar a caracterização da Área de Proteção aos Mananciais da Zona Sul do Município de São Paulo definida pela Lei Estadual 1.172/76 (São Paulo, 1976), mais especificamente nos distritos de Parelheiros e Grajaú, com base em seus elementos paisagísticos e diagnosticar quais são as principais funções desses elementos. Foi selecionada essa área devido à posição de intersecção entre a grande mancha urbana da metrópole paulista com a zona rural sul do município.
O principal objetivo é analisar os elementos físicos (clima, solo, morfologia, estrutura), bióticos (fauna e flora) e como se dá a ação antrópica (rural e urbana). A metodologia escolhida para aplicar nesta pesquisa tem como alicerce a Teoria dos Geossistemas em Bertrand (1972), Sotchava (1978), e Monteiro (2000), para se identificar as Unidades de Paisagem (UP’s) existentes na região. Por meio de comparação com outras áreas prognosticamos as tendências evolutivas das Unidades de Paisagem identificadas.
Trabalhamos com o problema de como planejar o desenvolvimento sócio-ambiental da área. A hipótese central que se propõe para resolver este problema é a de discutir propostas que conciliem conservação e desenvolvimento sócio-econômico das populações envolvidas direta e indiretamente; como a proposição da expansão da APA Municipal Capivari-Monos, ou a criação de uma nova APA, desde que observado o modelo de gestão paritário entre sociedade e poder público aplicado na primeira (BELLENZANI, 2000).
Foram observadas as relações e funções discutindo propostas de planejamento que integrem preservação das particularidades das comunidades e do meio ambiente locais com o desenvolvimento da metrópole. Além de contribuir para a divulgação do conhecimento e da consciência sócio-ambiental e se fazer presente como um apoio técnico, científico e humanístico sobre a região, já que não se tem conhecimento de muitos trabalhos acadêmicos dirigidos para as particularidades daquela área.
Por se tratar de um Trabalho de Graduação não aprofundamos o discurso analítico, principalmente quanto ao prognóstico, que poderá ser realizado em trabalhos futuros. O foco se deu principalmente em relação a caracterização dos elementos físico, biótico e antrópico para a identificação das Unidades de Paisagem.
No primeiro capítulo expomos a metodologia aplicada na pesquisa com a forma de análise dos resultados, os materiais e as técnicas de confecção dos produtos gerados neste Trabalho. No segundo capítulo localizamos a área de estudo, e expomos os limites propostos para a Área de Proteção Ambiental.
O Terceiro Capítulo é onde iniciamos as caracterizações, partindo da física ou geo-ecológica, onde são colocados a geologia (estrutura), o clima (processos), a geomorfologia e a pedologia, necessária para a identificação das Unidades Geo-Ecológicas. O elemento biótico é caracterizado no Quarto Capítulo, através da exposição da fauna e flora locais, necessários para a identificação das Unidades Biológicas.
No Quinto Capítulo iniciamos registrando toda a história de ocupação e formação do território e das populações locais, para depois caracterizarmos os Usos das Terras atualmente. Também discutimos um pouco sobre os principais eixos dos fluxos urbanos/rurais, para finalmente caracterizarmos as Unidades Antropogênicas.
O Sexto Capítulo é o principal produto do presente trabalho: as Unidades de Paisagem da área de estudo, fazendo-se uma pequena análise de seu prognóstico.
E finalmente concluímos este Trabalho no sétimo capitulo, colocando as nossas Conclusões Finais.



__________
¹ O controle de alterações do antigo site do autor <http://www.geocities.ws/geografeiro> foi perdido com o encerramento do portal geocities, portanto, não há como alterar as informações postadas lá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário