Antropogeografía

Base de la Biogeografía Humana


INTRODUCCIÓN 

La investigación aborda la Antropogeografía como una subdisciplina de la Geografía que estudia la distribución espacial de la especie humana en relación con las condiciones ambientales, y su desarrollo a partir de la obra de Friedrich Ratzel. Este estudio es relevante por la capacidad de la Antropogeología para ofrecer explicaciones.sobre la distribución de los grupos humanos en la superficie terrestre, considerando factores como migraciones, dominios territoriales y la influencia de las condiciones ambientales. Este enfoque proporciona una metodología científica que integra elementos de la Historia, la Etnología, la Geografía y la Ecología para comprender las interacciones entre la humanidad y el entorno natural, siendo una herramienta valiosa para una investigación biocultural.

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CONSIDERACIONES FINALES 

Existe un desconocimiento generalizado sobre la influencia del método antropogeográfico en el desarrollo de la biogeografía, especialmente de la biogeografía humana. Es necesario rescatar el papel holístico y sintético que propone la Antropogeografía, para comprender mejor el espacio humano, especialmente las relaciones intrínsecas naturaleza-humanidad.


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Artigo publicado nos anais do III Congreso Iberoamericano de Biogeografía, que ocorreu na cidade de São Paulo, em 2024. ISBN: 978-65-272-1208-9.
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Territórios indígenas em Goiás

antes e após as invasões europeias


Texto completo disponível apenas na versão impressa

Capítulo de Rodrigo Martins dos Santos publicado entre as páginas 27 e 48 da obra BICALHO, Poliene; MOURA, Marlene Ossami de; INY-KARAJÁ, Vanessa Hãtxu. (Org.). Povos Originários. MENDONÇA; JAIME (Coord.). Coleção Goiás +300 - Reflexão e Ressignificação, v. 6. Goiânia: Goiás+300, 2023.


Este capítulo é uma contribuição ao entendimento da localização geográfica dos territórios indígenas antes, durante e após as invasões européias[1], sobretudo no século XVIII, na região onde hoje é chamada de Estado de Goiás.

Mapear territórios no tempo é uma terefa com pouca precisão, especialmente em se tratando dos povos indígenas, devido à inexistência de um Estado centralizado que registrasse e controlasse o tráfego de pessoas. Ademais, o conceito de território na cosmovisão de muitos povos originários é bem mais amplo do que o utilizado nas esferas estatais modernas. Não há fronteiras definidas, os grupamentos humanos se movimentam pelo espaço independentemente de já haver ali outra etnia, pois entendem o solo como um bem inapropriável (MARTINS DOS SANTOS, 2021a).

Martius (1867a) foi pioneiro nesse tipo de mapeamento, sendo autor do primeiro mapa etnolinguístico do Brasil, que agrupa as diversas famílias linguísticas indígenas conhecidas à época.[2] Ratzel (1912 [1891], p. 482; 1909 [1882], p. 28), por sua vez, apresenta a primeira proposta metodológica para o mapeamento de áreas culturais, onde a língua é um dos principais elementos que participam da construção da identidade étnica dos grupos sociais. Esses estudos foram aprimorados por Carl Sauer e Franz Boas, influenciando os mapas de John Mason, Curt Nimuendaju (2002 [1944]) e Eduardo Galvão, sendo aperfeiçoados por Loukotka (1967) e Kaufman (2007).

            O presente texto é focado nos limites do atual Estado de Goiás, a partir de estudos antropogeográficos sobre o Planalto Central Brasileiro (cf. MARTINS DOS SANTOS, 2013). Outrossim, apresenta uma proposta do remodelamento territorial indígena com base no conceito da desterritorialização etnolinguística, que vem sendo aplicado em estudos similares no leste e sudeste do Brasil (MARTINS DOS SANTOS, 2021b).

            A desterritorialização etnolinguística resulta do fenômeno da globalização (RAFFESTIN, 1993 [1980]), que amplifica o processo de homogeneização cultural. Elimina idiomas e identidades ancestrais em favor de uma racionalidade (ou cosmologia) homogênea e europeizada, conduzida pelo colonizador (RATZEL, 1912, p. 191). Por isso, faz-se necessário descolonizá-la (QUIJANO, 2005). Ou seja, repensar o processo de formação do território brasileiro sobre a multiterritorialidade de Abya Yala[3] como uma invasão (ACOSTA, 2016).

            O conceito de território aqui adotado é o de um espaço de poder, mais ou menos delimitado, que possui um sujeito dominante (RAFFESTIN, 1993, p. 143). Sobre um mesmo território, sujeitos equivalentes dificilmente sobrepõem domínios. Dessa forma, território etnolinguístico é o espaço de domínio de determinada família linguística étnica[4]. O sujeito, portanto, é etnolinguístico. Neste sentido, é a porção de terra onde, provavelmente, o idioma das etnias, ali residentes em determinada época, constituía uma mesma família.

    O tronco Macro-Jê não será abordado, visto a falta de consenso demonstrativo (RODRIGUES, 2013). Diferentemente dos troncos Tupi e Indoeuropeu, que possuem paleolínguas mátrias, diversificadas no tempo, as línguas do Brasil central devem ter-se originado de distintas pátrias, por mini-paleogrupos, milênios depois rodeados por nações Tupi.

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 Mapa 1. Territórios etnolinguísticas na região atualmente chamada de Estado de Goiás, início do séc. XVIII.

Cartografia: Rodrigo Martins dos Santos, 2023.

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Mapa 2. Frentes da invasão europeia sobre territórios indígenas em Goiás ao longo do século XVIII.
Cartografia: Rodrigo Martins dos Santos, 2023.

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Considerações Finais

 

            Como visto, os povos originários de Goiás tiveram seu território ancestral esbulhado por invasores, capitaneados pela estratégia colonial europeia. Inicialmente utilizando antigos caminhos indígenas, é provável que as frentes invasoras tenham buscado, em seguida, as regiões menos povoadas, pois acompanharam, em certa medida, as fronteiras territoriais desses povos. Essa estratégia evitava o confronto direto com povos no percurso, nas zonas de maior densidade populacional. Isto, porém, deve ter intensificado o processo de divisão étnica de alguns povos, como os falantes da língua Akwen nas distintas etnias A’uwe-Xavante, Akwê-Xerente e Xakriabá.

            Este capítulo buscou apresentar uma breve introdução à questão territorial indígena em Goiás. No presente livro, o leitor poderá obter informações mais aprofundadas, nos capítulos seguintes, sobre alguns dos povos aqui retratados.

            A causa indígena não é apenas dos povos indígenas, mas de todo cidadão que deseja paz e justiça. Os povos originários de Goiás podem ser enquadrados entre aqueles que mais sofreram genocídio, epistemicídio e esbulho territorial dentre todos do planeta. Para amenizar isso, faz-se necessário reconhecer seu passado e seu presente e lutar pelos direitos territoriais e culturais de seus descendentes, garantidos na Constituição Federal.

            As pressões contra esses direitos continuam sendo emanandas dos mesmos grileiros e latifundiários, herdeiros ideológicos dos bandeirantes. Junto a eles, grupos neopetencostais, sucessores dos missionários cristãos, formam a conhecida bancada BBB (boi, bala, bíblia). Essa retrógrada força política, econômica e social que obstrui a retomada territorial dos povos originários, na tentativa de reduzir ainda mais a diversidade étnica e linguística do país.



[1] As invasões europeias no Brasil configuram-se num complexo de eventos históricos promovido por cortes europeias, sobretudo de Portugal e Espanha, a partir do final do século XV, sob a tutela da Igreja Católica, e secundariamente por França, Holanda e Inglaterra, dando origem às bases da formação do povo luso-brasileiro e, posteriormente, o Estado Brasileiro (cf. RIBEIRO, 2011).

[2] Igualmente introduziu o termo “Gê” para denominar a família linguística atualmente conhecida como Jê. Tal escolha é baseada no fato de que muitos povos dessa família utilizavam esse termo para se autodenominar, como Apinagez, Crangez, Kempokatagê, Piocobjê, Kemkatejé, Kanakatejé, Krengez, entre outros. A família linguística Jê abrange a maioria dos povos que habitavam os cerrados de Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Piauí durante as invasões europeias. Conjuntamente, o referido mapa apresenta a primeira proposta de rota de migração de povos Tupi-Guarani da Amazônia para o litoral brasileiro.

[3] Abya Yala é como o continente americano é chamado pelos povos nativos, conforme afirmado na “Declaración de Kito” (2004), da II Cumbre Continental de los Pueblos y Nacionalidades Indígenas de Abya Yala.

[4] O conceito de família linguística surgiu da necessidade de se agrupar as línguas em função de uma origem comum, uma mesma protolíngua. A relação de diversas famílias com uma protolíngua principal mais antiga é chamada de tronco linguístico. Os dialetos, por sua vez, seriam as pequenas variações dentro de uma mesma língua. A importância do idioma para o agrupamento das etnias se dá em virtude de que é um critério mais seguro de classificação cultural do que outros traços étnicos (CAMARA Jr., 1977, p. 140-142).


Índice Biosampa 2023

28 indicadores da biodiversidade paulistana, serviços ecossistêmicos e governança relacionada


Rodrigo Martins dos Santos
Patrícia do Prado Oliveira
Mateus de Almeida Prado Sampaio


APRESENTAÇÃO 

A Prefeitura de São Paulo, ciente de seu papel na conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos urbanos, apresenta novas contribuições para a construção de uma agenda ambiental global voltada para cidades sustentáveis. 
Os indicadores de biodiversidade, serviços ecossistêmicos e governança reunidos neste documento seguem a metodologia do Índice de Biodiversidade da Cidade (IBC), recomendada pela Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU para comparação entre cidades. Esta edição, baseada na versão atualizada do IBC (CHAN et al., 2021), conta com 28 indicadores, incluindo novos elementos, revisões de indicadores anteriores e a exclusão de alguns itens. 
O Biosampa 2023 reflete os esforços da Prefeitura, por meio da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, para alcançar as metas de Aichi e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, contribuindo para mitigar os impactos das mudanças climáticas.




INTRODUÇÃO

A edição 2023 do Índice Biosampa atualiza, com dados recentes, os indicadores de biodiversidade, serviços ecossistêmicos e governança relacionados à cidade de São Paulo, permitindo comparações internas e entre cidades que utilizam a mesma metodologia. Esse índice, proposto na COP da CDB-ONU em 2008, foi discutido em Curitiba (2009) e adotado oficialmente na COP de Nagoia (2010). 
A presente edição segue a metodologia revisada do Índice de Biodiversidade da Cidade (IBC), ou Singapore Index (CHAN et al., 2021), traduzida em cada indicador, permitindo avaliar e planejar estratégias para conservar e recuperar a biodiversidade. O uso do IBC, adotado por mais de 40 cidades, incluindo Bruxelas, Edmonton e Yokohama, promove diálogo entre administrações urbanas e permite identificar disparidades entre subprefeituras paulistanas. 
O IBC reflete preocupações urbanas globais frente ao rápido crescimento populacional, que ameaça a biodiversidade. Administrar ecossistemas urbanos beneficia tanto os moradores quanto a biodiversidade, além de mitigar impactos das mudanças climáticas. Cidades, embora frequentemente subestimadas em relação à biodiversidade, oferecem serviços ecossistêmicos cruciais, como regulação da água, do ar e da temperatura, armazenamento de carbono, e oportunidades recreativas e educacionais. 
Esta quinta edição do Biosampa incorpora dados atualizados de diversos setores da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, além de oito novos indicadores relacionados a temas como restauração de habitats, bem-estar em parques, segurança alimentar, capital natural, gestão verde-azul, mudanças climáticas, soluções baseadas na natureza e ciência comunitária, todos alinhados à revisão do IBC em 2021.

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Índice Biosampa 2022

23 indicadores da biodiversidade paulistana, serviços ecossistêmicos e governança relacionada


Rodrigo Martins dos Santos
Patrícia do Prado Oliveira


APRESENTAÇÃO 

A administração da cidade de São Paulo, consciente de seu relevante papel para a conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos em áreas urbanas, novamente apresenta contribuições para a construção de uma agenda ambiental global que busque o estabelecimento de cidades realmente sustentáveis. 

A construção dos indicadores de biodiversidade, serviços ecossistêmicos e governança relacionada aqui reunidos está alinhada com a metodologia Índice de Biodiversidade da Cidade recomendada pela Convenção sobre Diversidade Biológica da Organização das Nações Unidas como parâmetro de medição e comparação entre diversas cidades pelo mundo. 

O presente relatório apresenta dados do ano de 2022 em continuação às medições publicadas desde 2019, mantendo os resultados em escala intramunicipal, a partir da edição de 2020.

Assim, aqui está reunida parte dos esforços que a Prefeitura da Cidade de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, compromissada com as metas de Aichi e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, vem dedicando para minorar os efeitos decorrentes da mudança climática global.




INTRODUÇÃO

O objetivo desta edição é atualizar, com dados de 2022, os indicadores de biodiversidade, serviços ecossistêmicos e governança relacionada na Cidade de São Paulo, bem como tornar possível a comparação intramunicipal e entre cidades que utilizam a mesma metodologia. 

Ele foi construído seguindo a metodologia “Índice de Biodiversidade da Cidade” (City Biodiversity Index) – IBC, também conhecida como Singapore Index on Cities’ Biodiversity (CHAN et al., 2014), do qual foi realizada a tradução de cada indicador, que se encontra no item “A” (texto colorido) de cada um deles. Este índice foi adotado pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) da Organização das Nações Unidas (ONU) como um instrumento de medição e comparação da biodiversidade em cidades. A partir dele é possível compreender o estado e evolução dos indicadores para subsidiar o planejamento de estratégias para a sua conservação e recuperação. 

Esse índice foi proposto em 2008 na Conferência das Partes (COP) da CDB-ONU em Bonn, Alemanha. Em 2009, foi amplamente discutido na COP que ocorreu em Curitiba, Brasil. E, em 2010, foi definitivamente adotado pela CDB na COP ocorrida em Nagoia, Japão. 

Essa preocupação tornou-se evidente nos debates entre as diversas administrações de cidades pelo mundo devido ao vertiginoso crescimento da população urbana nas últimas décadas, ameaçando cada vez mais a biodiversidade do mundo. Isso coloca as administrações locais em um importante patamar para a execução de políticas ligadas à conservação. O uso efetivo da terra e o gerenciamento de ecossistemas naturais nas áreas urbanas são benéficos para os moradores e para a biodiversidade que existe dentro da cidade e no seu entorno, além de contribuir para a minimização dos impactos gerados pela emergência climática que o planeta está passando. Portanto, as cidades devem fazer parte da solução para conter a perda global de biodiversidade e serviços ecossistêmicos. 

É comum presumir que as áreas urbanas sejam desprovidas de flora e fauna, mas de fato, após metódicas observações, a realidade é que muitas cidades possuem uma rica biodiversidade, independentemente da localização geográfica e do clima. Os serviços ecossistêmicos que a biodiversidade urbana fornece à área local são inúmeros e muitas vezes subvalorizados. Além da estética, os ecossistemas regulam o suprimento e a qualidade da água, do ar e do solo, e moderam a temperatura ambiente. O suprimento de água é sustentado por ecossistemas naturais que armazenam e purificam a água. A vegetação urbana reabastece o oxigênio, retém o carbono, absorve a radiação solar, reduz a poluição do ar, mantém o equilíbrio hídrico e regula a temperatura da superfície nas paisagens urbanas por meio de sombreamento e evapotranspiração. Parques e áreas protegidas oferecem oportunidades recreativas e educacionais aos residentes e contribuem para a habitabilidade de uma cidade. 

Nesta quarta edição do índice BIOSAMPA foram atualizados dados produzidos por diversos setores da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente e seus parceiros. Todos os indicadores têm o ano de 2022 como referência. 

A escolha do IBC da CDB-ONU como metodologia para a Cidade de São Paulo se deu tendo em vista que mais de 40 cidades pelo mundo já o utilizaram, como Curitiba (Brasil), Singapura (Singapura), Lisboa (Portugal), Bruxelas (Bélgica), Helsinki (Finlândia), Edmonton (Canadá), Yokohama (Japão) e Mira-Bhayander (Índia). Dessa forma, será uma oportunidade de aproximação metodológica e de diálogo entre as respectivas administrações urbanas, além do melhor entendimento da disparidade entre subprefeituras.

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Índice Biosampa 2021

 23 indicadores da biodiversidade paulistana, serviços ecossistêmicos e governança relacionada


Rodrigo Martins dos Santos
Mariana Mendes de Sousa


APRESENTAÇÃO


A administração da cidade de São Paulo, consciente de seu relevante papel para a conservação da biodiversidade e serviços ecossistêmicos em áreas urbanas, novamente apresenta contribuições para a construção de uma agenda ambiental global que busque o estabelecimento de cidades realmente sustentáveis. A construção dos indicadores de biodiversidade, serviços ecossistêmicos e governança relacionada aqui reunidos está alinhada com a metodologia Índice de Biodiversidade da Cidade recomendada pela Convenção sobre Diversidade Biológica da Organização das Nações Unidas como parâmetro de medição e comparação entre diversas cidades pelo mundo. O presente relatório apresenta dados do ano de 2021 – marcado pela pandemia da COVID-19 – em continuação às medições publicadas nos anos de 2019 e 2020. Mantendo a inovação da edição de 2020, que são os resultados na escala intramunicipal. Assim, aqui está reunida parte dos esforços que a Prefeitura da Cidade de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, compromissada com as metas de Aichi e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, vem dedicando para minorar os efeitos decorrentes da mudança climática global.



INTRODUÇÃO

O objetivo desta edição é atualizar, com dados de 2021, os indicadores de biodiversidade, serviços ecossistêmicos e governança relacionada na Cidade de São Paulo, bem como tornar possível a comparação intramunicipal e entre cidades que utilizam a mesma metodologia. 

Ele foi construído seguindo a metodologia “Índice de Biodiversidade da Cidade” (City Biodiversity Index) – IBC, também conhecida como Singapore Index on Cities’ Biodiversity (CHAN et al., 2014), do qual foi realizada a tradução de cada indicador, que se encontra no item “A” (texto colorido) de cada um deles. Este índice foi adotado pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) da Organização das Nações Unidas (ONU) como um instrumento de medição e comparação da biodiversidade em cidades. A partir dele é possível compreender o estado e evolução dos indicadores para subsidiar o planejamento de estratégias para a sua conservação e recuperação. 

Esse índice foi proposto em 2008 na Conferência das Partes (COP) da CDB-ONU em Bonn, Alemanha. Em 2009, foi amplamente discutido na COP que ocorreu em Curitiba, Brasil. E em 2010, foi definitivamente adotado pela CDB na COP ocorrida em Nagoia, Japão. 

Essa preocupação tornou-se evidente nos debates entre as diversas administrações de cidades pelo mundo devido ao vertiginoso crescimento da população urbana nas últimas décadas, ameaçando cada vez mais a biodiversidade do mundo. Isso coloca as administrações locais em um importante patamar para a execução de políticas ligadas à conservação. O uso efetivo da terra e o gerenciamento de ecossistemas naturais nas áreas urbanas podem ser benéficos para os moradores e para a biodiversidade que existe dentro da cidade e no seu entorno. Além de contribuir para a minimização dos impactos gerados pela emergência climática que o planeta está passando. Portanto, as cidades devem fazer parte da solução para conter a perda global de biodiversidade e serviços ecossistêmicos. 

É comum presumir que as áreas urbanas sejam desprovidas de flora e fauna. Mas de fato, após metódicas observações, a realidade é que muitas cidades possuem uma rica biodiversidade, independentemente da localização geográfica e do clima. Os serviços ecossistêmicos que a biodiversidade urbana fornece à área local são inúmeros e muitas vezes subvalorizados. Além da estética, os ecossistemas regulam o suprimento e a qualidade da água, do ar e do solo, e moderam a temperatura ambiente. O suprimento de água é sustentado por ecossistemas naturais que armazenam e purificam a água. A vegetação urbana reabastece o oxigênio, retém o carbono, absorve a radiação solar, reduz a poluição do ar, mantém o equilíbrio da água e regula a temperatura da superfície nas paisagens urbanas por meio de sombreamento e evapotranspiração. Parques e áreas protegidas oferecem oportunidades recreativas e educacionais aos residentes e contribuem para a habitabilidade de uma cidade. 

Nesta terceira edição do índice BIOSAMPA foram atualizados dados produzidos por diversos setores da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente e seus parceiros. Com exceção do mapeamento da vegetação, cujo ano de referência é 2017, todos os indicadores têm o ano de 2021 como referência. Além disso, alguns dos resultados desta edição sofreram impacto do isolamento social decorrido da pandemia do novo Coronavírus. 

A escolha do IBC da CDB-ONU como metodologia para a Cidade de São Paulo se deu tendo em vista que mais de 40 cidades pelo mundo já o utilizaram, como Curitiba (Brasil), Singapura (Singapura), Lisboa (Portugal), Bruxelas (Bélgica), Helsink (Finlândia), Edmonton (Canadá), Yokohama (Japão) e Mira-Bhayander (Índia). Dessa forma, será uma oportunidade de aproximação metodológica e de diálogo entre as respectivas administrações urbanas, além do melhor entendimento da disparidade entre subprefeituras.


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Material técnico que contou com a coordenação técnica de Rodrigo Martins dos Santos quando ocupava cargo de Diretor da Divisão de Patrimônio Ambiental da SVMA. Por ser material de caráter público não sigiloso, sua divulgação é garantida pela Lei 12.527/11 (Lei de Acesso à Informação).











Collaborative Conservation for Inclusive, Equitable, and Effective Systems of Protected and Conserved Areas

Insights from Brazil 


Baixe aqui o artigo de nosso banco de dados, ou clique aqui para acessar o artigo publicado no volume 15 da revista científica Sustainability, p. 16609, 2023. DOI https://doi.org/10.3390/su152416609. ISSN 2071-1050. 

Abstract

Protected and conserved areas (PCAs) are increasingly recognized as essential tools for their effectiveness in conservation and the benefits they provide. However, their challenges are still significant. The concepts, legislation, and governance surrounding PCAs are the results of social contexts. Due to the evolution of scientific knowledge, human rights, and diversified demands, new approaches are necessary to fulfill their functions. To better understand the context and possibilities, a study group was established to evaluate the current research, exchange experiences, guide dialogues, and identify lessons from experiences. The core of the experiences and cases considered and the reflections developed focused on the Brazilian context. This article analyzes the collected information and reflections related to several themes associated with challenges. The results reinforce the importance of PCAs but warn about the limitations of current conservation strategies to respond to social actors’ expectations, the needs of the vulnerable social groups, and evolving demands. The complexity of PCA systems is evident in view of the multiplicity of interests, potential contributions, and possibilities for participatory arrangements. There is a need to improve management and governance conceptions to promote the reconnection between society and nature. Therefore, the concept of collaborative conservation is proposed as an instrumental approach to advance towards inclusive and effective conservation strategies.


1. Introduction

As an introduction to their importance, context, and evolution, protected and conserved areas (PCAs) are considered essential tools for the biodiversity conservation agenda due to their high effectiveness with respect to nature conservation and the variety of other benefits they can provide [1,2,3,4,5,6,7,8]. Historically, several factors have influenced the shaping of spatial (or area-based) nature conservation tools, especially PCAs, as most important conservation strategies. Among those factors, conditioning the concepts and evolution of PCAs, are the history of ecosystem degradation and the evolving interests associated with the material and immaterial benefits of nature conservation (for example, those related to water supply, food security, wood exploitation, hunting, protection of scenic landscapes, recreation and tourism experiences, health promotion and psychological well-being, conditions for education and research, and mystic beliefs) [7,8,9]. More recently, in the context of the progressive loss of biodiversity, their importance and recognition have become even more evident, especially when considering their role in the new 2030 Kunming–Montreal Global Biodiversity Framework, which is an upgrade from the 2020 Aichi Targets [6,10,11]. Additionally, being among the nature-based solutions, PCAs tend to contribute to facing the consequences of climate change emergency and their mitigation [1,8,12]. And, they should similarly be considered important tools for social well-being, including for those commitments expressed in the 2030 Agenda and its 17 Sustainable Development Goals [13,14,15].
The definition of protected areas by the IUCN World Commission on Protected Areas is the most internationally accepted one, which is also aligned with the Convention on Biological Diversity (CBD). IUCN’s definition considers nature conservation as the main objective and includes references to the associated ecosystem services and cultural values. Brazil has a similar approach to defining PAs under national legislation (legally called unidades de conservação—UCs) (Law 9985/2000, Brazil; [16,17]).
However, PCAs are in a state of continuous transformation due to historical and social-economical-cultural contexts. Most technical and scientific documents refer to the origin of PCAs as the creation of the first national parks (NPs), considered emblematic of the modern protected area (PA) concept, while others recognize some previous efforts as part of the history of PCAs [9,18,19,20,21,22,23]. It is also important to consider, in recent decades, the change marks of ”New Paradigm” (of PAs), the Indigenous and community conserved areas (ICCAs), and the other area-based effective conservation mechanisms (OECMs), for example [6,8,22,23,24,25].
The 10th Conference of the Parties (CoP) of the CBD, in 2010, was essential in establishing global goals for PAs, as the Global Biodiversity Strategic Plan promoted the expansion of PCAs, particularly to the marine realm, although the expansion also continued in the continental areas as well [6,7,8,26,27]. Since 2010, the concept of OECMs (or conserved areas—CAs) has become more used, particularly with the definition in the CoP-14, in 2018, to recognize areas other than PAs that contribute to biodiversity conservation, and strengthened in the CBD Kunming–Montreal Target 3 [8,10,11,25].
Nevertheless, to introduce the problem considered in this article, conflicts have been a constant issue in the creation, declaration, and management of PCAs. Solutions may not have occurred quickly enough or not gone sufficiently far. At the same time that PCAs are demanded for new functions, their governance dynamics and management have not yet sufficiently responded to the expectations of the plurality of stakeholders around them (Decree 7747/2012, Brazil; [7,8,22,23,28,29,30]).
To better understand the related context and possibilities, a study group was established in Brazil to evaluate and learn from current research, experience, and dialogues. The main questions guiding that work were related to the diversity of realities of PCA management and governance (M&G) and their connections with the social diversity and its demands. To support the understanding of these demands, and beyond their importance for biodiversity and sociodiversity (or sociobiodiversity, as used in Brazil), the work here looks at the relationship with different social actors and how those relations can achieve improved effectiveness through better social support—therefore considering governance links to inclusiveness, equity, and effectiveness. The authors considered a general approach of the subject at the global level but had a main focus on the Brazilian context, searching for lessons learned with a broad interest that could open pathways for more inclusive, equitable, and effective PCAs. Furthermore, a key underlying problem of PCA governance is related to the challenges of obtaining further social support for PCAs to overcome the associated obstacles in order to achieve their management effectiveness ([10,11,22,23,28,30,31]; Decree 7747/2012, Brazil).
In this context, this article is based on the analysis and systematization of the literature and the accumulated experience of PCA management practitioners, researchers, and other social actors, such as members of Indigenous peoples and traditional and local communities, as a means of contributing to a sound definition and implementation of PCA-related strategies. In order to do that, it proposes and evaluates the contribution of the concept of collaborative collaboration across several topics related to PCAs.


Table 1. Workflow of the GECCAP (study group).
PhasesActivities
EstablishmentStudy group establishment (100 + active participants) (After inviting management practitioners, researchers, and community members—some 200–300).
Definition of subthemes and establishment of subgroups (from preliminary ideas of subthemes—more than 40).
Studies and workshopsStudies by subgroups: bibliographical studies; exchange of experiences; and dialogues with complementary social actors.
Monthly guided interactions in the larger study group.
Guided workshops (15), including: recommended bibliography offered; presentations; invited guests; and broader dialogues.
Workshops recorded and synthetic written reports available. Internal workshops evaluation.
ComplementsComplementary workshops and dialogues, as well as technical and academic collaborative reports and papers. Social media.
AnalysesBy the leaders of thematic subgroups and coordinators of the study group.

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Figure 2. Social understandings and support to PCA systems.

5. Conclusions

This article’s analyses show the assumptions, foundations, and insights that must be considered to overcome the difficulties and challenges, in addition to bringing practical and innovative proposals, to move forward in order to achieve equitable, inclusive, and effective PCA systems. As the focus of the GECCAP was concentrated in Brazil, these analyses consider the international scene, and although the conclusions here presented are directly applied to Brazilian PCA M&G, the authors propose that the concept presented below and the following recommendations are considered as possibly valid in other regional, national, and local contexts.
The results presented throughout this article show that PCAs are part of complex systems and are very important, not only to ensure the maintenance of ecosystem services and biodiversity, but for the promotion of a good quality of social life as well as a multiplicity of society–nature connections for a broad array of social actors. The concepts and practice of PCA M&G are constantly evolving and should be considered as socio-cultural constructs, embedded in their historical and regional and socio-economic contexts. In recent decades, better approaches have been developed with respect to rights recognition, the inclusion of social actors, good governance, inclusiveness, and equity. PCAs and their systems have progressively been incorporating new functions, such as facing the consequences of climate change. Additionally, there is increasing recognition of other benefits, such as those related to the promotion of human health and well-being and the consideration of cultural values. But these are not enough to meet current and future needs (Figure 2).
Even when considering the NP paradigm as the beginning of the modern PA concept, it is imperative to pay more attention to what occurred before its inception, and what was occurring in parallel to or outside this model. With respect to broader spatial conservation strategies, there is currently a need for the best possible integrated approach, with a good understanding of the differences and the maximum consideration for their complementarities, taking particular note of the New Paradigm (of PAs), ICCAs, local PCAs, and now OECMs.
PCAs must receive further and better economic, political, and, above all, social support, taking into consideration the multiplicity of partnership models with diverse stakeholders in multiple arrangement models. For that, the greater recognition, understanding, and participation of IPTCs in activities related to nature conservation, especially with respect to their interaction with PCAs, can help researchers, as well as governmental and non-governmental agents, to apprehend and develop new, more collaborative solutions.
Also, the science related to PCAs must evolve in order to understand the new paradigms and the complexity of M&G of PCAs and their systems. In this sense, through scientific and technical analyses, reports, and guidelines, PCA systems should be considered as integrated functioning systems consisting of complex, integrated, and functioning structures and processes.
The strategies promoting the reconnection between nature and society (and opening possibilities for reconnection with other human beings and social groups) is key to increasing awareness about the importance of nature and could potentially trigger actions related to its conservation and the better use of natural resources. However, these aspects need to be considered in social networks in order to make real the necessary collective societal change. The sense of community needs to be built in connection with the PCAs and the benefits arising from conserved nature. Related processes should include dialogue among different types of knowledge. The decolonization of thought and speech, including taking a strong position against all discrimination, such as that related to gender, race, age, disability, and others, is a must.
Considering the results, the discussions, and the concluding remarks above, it is clear that the experiences, dialogues, studies, reflections, and insights compiled herein explored the contexts and evolution of different kinds, models, and possibilities of PCAs. And, additionally, these showed the importance of considering integrated PCA functioning systems. Also, the relationships between PCAs and a diversity of conditions and social groups’ interests were explored in some depth. The main rationale advocated in this approach has considered the real or practical effectiveness of nature conservation as being strongly dependent on social, economic, political, and cultural support. In this sense, good results can only be achieved through engagement with society in all its diversity. This is only possible when PCA systems respond to the diverse interests of social groups inclusively and equitably.
Based upon this, the concept of collaborative conservation, as instrumental for the promotion of more equitable, inclusive, and effective PCA systems, can be understood as being a combination of elements, including: (i) the recognition of the strong diversification of the interests of social actors in nature conservation (going beyond classical PCA management program approaches, such as those related to visitation, academic biodiversity research, enforcement, patrolling, administration, etc., including, for instance, cultural values, health benefits, and resilience facing the climate emergency); (ii) the comprehension that PCA management includes multiple de facto partnership arrangements (official or not) with different types of organizations and social actors (rather than monolithic management on the part of a single governmental institution or other, a similar governance type); and (iii) the need to update and renew M&G approaches on the basis of adequate concepts and priorities, better responding to the diverse interests of social groups, not only with the aim of achieving more democratic systems, but also in order to promote further social engagement with respect to their support by means of more inclusive and effective PCA systems. Those elements of collaborative conservation need to be combined with a renewed approach to PCA M&G concepts and practices and the understanding of the complexity of functional PCA systems, through the comprehension and perceptions by social groups through the potential benefits of PCAs and nature conserved.
Evidence concerning the contribution of the concept of collaborative conservation in making the M&G of individual and systems of PCAs M&G more equitable, inclusive, and effective was presented in this work. Nevertheless, this is the beginning of an improved understanding of the revised conceptualization of these systems. Therefore, further consideration, applications, reflections, and research about the concept of collaborative conservation should promote the needed renovation in the concepts related to PCAs and their systems.

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Clique aqui para acessar o artigo publicado no volume 15 da revista científica Sustainability, p. 16609, 2023. DOI https://doi.org/10.3390/su152416609. ISSN 2071-1050.