Rodrigo Martins dos Santos
Ludivine Eloy
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Ludivine Eloy
RESUMO
Apresenta
elementos da história do povo Xakriabá a partir de relatos orais de moradores
de aldeias do município de São João das Missões, Minas Gerais. As perguntas
centrais desta pesquisa são: Como foi o contato do Xakriabá com o colonizador?
Quais foram os fatos marcantes que estão na memória do povo? Quais foram as
conquistas? Para esta investigação foi adotado o uso da história de vida como
técnica de abordagem aos entrevistados, aplicada em novembro de 2011. Como
material de apoio utilizou-se cartografia, documentos históricos, teses,
dissertações e livros. O diferencial desta abordagem está nos produtos gerados:
ilustrações na forma de mapas, transectos da paisagem (perfis de caminhamento)
e cronologia dos fatos. Os relatos apresentam informações de que os
Akwén-Xakriabá, também conhecidos como Caboclos do Senhor São João, viviam às
margens do rio São Francisco, de onde foram expulsos primeiramente devido à
guerras com os bandeirantes no final do século XVII. Em seguida, no século
XVIII, após apoiarem os colonos na expulsão dos índios Cayapó, e os jesuítas
implantarem uma missão em seu território, recebem terras na forma de “doação”.
Nos anos que se sucederam foram miscigenando com negros e camponeses brancos,
até que no final do século XIX são pressionados por pecuaristas, e passam a
viver nas serras. Com a chegada dos projetos de “reforma agrária” do governo
militar em meados da década de 1960, suas terras são alvo de esbulho pelo
estado de Minas Gerais. A partir de então, os Xakriabá buscam apoio da FUNAI,
que por sua vez inicia o processo de (re)conhecimento da indianidade dos
Caboclos. Foi uma violenta trajetória até conseguirem a demarcação de parte de
seu território como terra indígena, muitas lideranças foram ameaçadas por
fazendeiros locais, culminando na chacina de um cacique e sua família, em 1987.
Este trágico episódio mobilizou a mídia nacional e internacional, trazendo
enfim a demarcação do primeiro trecho de suas terras. Em 2000 é demarcado o
segundo trecho. Mas, continuam reivindicando o acesso ao Rio São Francisco,
local de ligação ancestral de seu povo, onde muitos resistem.
Após
esta breve análise da história dos Xakriabá, poderíamos questionar: Será que
muitos indígenas do sertão brasileiro passaram por situações semelhantes,
especialmente os povos emergentes do Nordeste? Teriam estes também migrado de
terrenos férteis para locais onde os recursos são menos favoráveis, sob pressão
dos colonizadores? Questões para outras pesquisas.
Palavras
- chave: Território;
Xakriabá; Rio São Francisco.
Fluxos Migratórios Xakriabá. Org. Rodrigo M. Santos, 2012.
RESUMEN
Introduce
elementos de la historia de los indios Xakriabá por medio de relatos orales de
los pobladores en el municipio de São João das Missões, Minas Gerais. Las
preguntas centrales de esta investigación son: ¿Cómo fue el contacto entre el
Xakriabá y colonizador? ¿Cuáles fueron los hitos que están en la memoria
de la gente? ¿Cuáles fueron los logros? Para esta investigación hemos
adoptado el uso de la historia de la vida como un enfoque técnico a los
encuestados, aplicado en noviembre de 2011. Como material de apoyo se utilizó
mapas, documentos históricos, tesis, disertaciones y libros. La diferencia
de este enfoque es en los productos generados: ilustraciones en forma de mapas,
perfiles del paisaje transecto (perfiles) y la cronología de los
acontecimientos. Los informes proporcionan información que Akwen-Xakriabá,
también conocido como Caboclos do Senhor São João, vivían en cerca del río San
Francisco, donde fueron expulsados debido principalmente a las guerras con
los pioneros de finales del siglo XVII. Luego, en el siglo XVIII, después que
apoyaron los colonos en la expulsión de los indios Cayapó, y los jesuitas desplegar
una misión en su territorio, recibirán la tierra en forma de
"regalo". En los años que siguieron fueron miscigenando con
agricultores blancos y negros. En finales del siglo XIX son presionados por los
proprietários de fincas, y empezan a vivir en las montañas. Con la llegada
de los proyectos de "reforma agrario" del gobierno militar de
mediados de 1960, sus tierras están sujetas a expropiación por el estado de
Minas Gerais. Desde entonces, el Xakriabá buscar el apoyo de la FUNAI, que
a su vez inicia el proceso de (re) conocimiento de su indianidad. Fue un
camino violento para lograr la demarcación de su territorio, muchos fueron
amenazados por los agricultores locales, que culminó en la masacre de un jefe indigena
y su familia en 1987. Este trágico episodio movilizó a los medios de
comunicación nacionales e internacionales, finalmente, llevar a la demarcación
de la primera etapa de sus tierras. En el año 2000 marcó la segunda etapa. Sin
embargo, sigue reclamando el acceso al río, lugar ancestral de unión de su pueblo,
donde muchos se resisten. Después de este breve análisis de la historia de
los Xakriabá, podríamos preguntar: ¿Lo és que muchos indios de las tierras del
interior de Brasil ha passado situaciones similares, especialmente las naciones
emergentes del Noreste? ¿Ha tenido también emigracion de tierras fértiles
para otras donde los recursos son menos favorables, bajo la presión de los
colonos? Las preguntas para futuras investigaciones.
Palabras
clave: Território;
Xakriabá; Rio São Francisco.
ABSTRACT
Introduces
elements of the history of the indians Xakriabá trought oral accounts from
villagers in the municipality of São João das Missões, Texas. The central
questions of this research are: How was the contact betwen Xakriabá and the settlers? What
were the milestones that are in memory of the people? What were the
achievements? For this investigation we adopted the use of life history as
a technical approach to the respondents, applied in November 2011. As
support material was used maps, historical documents, theses, dissertations and
books. The difference of this approach is in the products generated:
illustrations in the form of maps, landscape transect profiles (pathway) and
chronology of events. The reports provide information that Akwen-Xakriabá,
also known as Caboclos do Senhor São João, lived at the river San Francisco,
where they were expelled primarily due to wars with the pioneers in the late
seventeenth century. Then in the eighteenth century, after the settlers
support the expulsion of indians Cayapó, and deploy a Jesuit mission in their
territory receive land in the form of "gift". In the years that
followed were amalgamating with black and white farmers until the late
nineteenth century by farmers are pressed, and start living in the
mountains. With the arrival of the projects of "agrarian reform" of the military
government in the mid-1960s, their lands are subject to dispossession by the
state of Minas Gerais. Since then, the Xakriabá seek support from FUNAI,
which in turn starts the process of (re)cognition of the indianness of the
Caboclos. It was a violent path to achieve the demarcation of their
territory as indigenous, many leaders were threatened by local farmers,
culminating in the massacre of a chief and his family in 1987. This tragic
event mobilized national and international media, finally bringing the
demarcation of the first leg of their lands. In 2000 it marked the second
sentence. But, still claiming access to the River, ancestral binding site
of his people, where many people resist. After this brief analysis of the
history of Xakriabá, we might ask: Would many Indians of the Brazilian
backlands through similar situations, especially the emerging nations of the
Northeast? Did they also migrated to the fertile land where resources are
less favorable, under pressure from settlers? Questions for further
research.
Keywords:
Territory,
Xakriabá, São Francisco river
[continue lendo...
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Artigo originalmente apresentado no II CIAEE - Congresso Iberoamericano de Arqueologia, Etnologia e Etno-história, organizado pela UFGD, e que ocorreu no campus de Dourados, Faculdade de Ciências Humanas, em 2012.
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